"Nessa ilha, Atlântida, os reis formaram uma grande e admirável potência, que estendeu sua dominação sobre a ilha inteira e muitas outras ilhas, além de algumas partes do continente” (Platão reconta a história que seu bisavô ouvira de Sólon, um dos sete sábios da Grécia antiga, que a tinha escutado de um dos sacerdotes de Sais, no Egito.)
Bastara algumas linhas escritas pelo filósofo Platão em aproximadamente 400a.C para imortalizar na memória dos homens a idéia de uma nação atlantes. Apesar de muitos acreditarem que o filósofo tenha usado a imagem de Atlântida como metáfora para seu "mundo das idéias" (lugar platônico), sempre que um novo território foi descoberto o debate em torno do hipotético reino submerso retornou. Aconteceu assim com as Ilhas Canárias, Américas, Oceania e até Pólo norte.
Quem procura acha:
As ruínas da cidade boliviana, para o cartógrafo inglês James Allen, são na verdade restos do reino perdido de Atlântida. Allen passou 20 anos estudando os sistemas de medidas usados nos textos do filósofo e conseguiu achar semelhanças entre eles e as ruínas bolivianas. Ele vai mais longe: afirma que o nome "Atlantis" vem de uma estranha junção de at, "água" na língua dos astecas, e antis, "cobre" em quechua, idioma dos incas. Acredite se quiser.
Em 1395, quando foi descoberto o arquipélago, os europeus acharam que haviam encontrado Atlântida. Na ocasião, os nativos (chamados "ganchos") ficaram surpresos ao descobrir que outro povo havia sobrevivido ao desastre que, para eles, inundara o mundo e os deixara isolados décadas antes. Os ganchos possuíam inscrições antigas que já não conseguiam traduzir e muitas ruínas. Não possuíam barcos e tinham um terrível medo do mar.
As imagens de satélite do físico Rainer Küehe corrobaram uma antiga teoria de que Atlântida tenha existido no sul da Espanha. Alguns povos da região intitulam-se descendentes diretos dos atlantes, acreditando que estão assentados sobre a cidade submersa. A região é citada na Bíblia e em relatos de gregos e cartagineses como sendo Tartessos (ou Tártis), um dos principais portos da Antiguidade, que também desapareceu repentinamente
Em julho, cientistas franceses que participaram da expedição que encontrou o Titanic decidiram parar de especular. Com um pequeno submarino, partiram para o fundo do Mediterrâneo e do Atlântico para achar a cidade. "Curiosamente, ninguém levou a sério a indicação de que ela está na entrada do estreito de Gibraltar", diz o francês Jacques Collina-Girard. Para ele, Atlântida existiu há 19 mil anos, quando o mar estava 130 metros mais baixo que hoje.
Até os tuaregues, nômades do maior deserto do mundo, são apontados como descendentes dos atlantes. Estudos geológicos e pinturas rupestres das montanhas Tassili, na Argélia, mostram que o Saara já foi mar e ofereceu áreas próprias a humanos. Em 1920, o conde inglês Byron Khun de Prorok cruzou o deserto, não achou vestígios, mas não desistiu da teoria de que Atlântida está debaixo de montanhas de areia.
Ruínas da civilização minóica, que sumiu em 1645 a.C., foram consideradas restos de Atlântida em 1909, pelo pesquisador K. T. Frost, da Inglaterra. Em 1932, descobertas do grego Spyridon Marinatos mostraram que o fim dos minóicos se deu por uma erupção vulcânica cinco vezes maior que a de Krakatoa, em 1883. Esse cataclismo é tido como a mais provável inspiração para as descrições de Platão.
Em 1953, muralhas encontradas na Dinamarca a 13 metros de profundidade criaram a hipótese de Atlântida ser "o povo do mar", uma civilização nórdica que teria invadido o Egito na dinastia de Ramsés III, faraó entre 1197 e 1165 a.C. Quem comprou essa teoria foi um pastor, o dinamarquês Jurgen Spanuth. Segundo ele, a incrível invasão nórdica está descrita nas paredes do templo de Medinet Habu, em Tebas.
Atlântida: verdade ou mito?